A morte do líder norte-coreano Kim Jong-il fez com que o mundo voltasse os olhos mais uma vez para a conturbada península coreana. As previsões sobre o futuro do país e de suas relações com o resto do mundo são as mais variadas.
A Coréia do Norte é uma das nações mais fechadas do mundo se comparada a outros países comunistas como China, Cuba e até mesmo à extinta União Soviética. O regime norte-coreano é profundamente repressor e a figura do líder supremo é encarada como uma divindade, devido à eficiência da propaganda estatal.
Esse pequeno, porém poderoso, país asiático nasceu com a Guerra Fria. O norte da península coreana foi ocupada pelos soviéticos e o sul pelas tropas americanas no fim da Segunda Guerra Mundial. Dessa forma, a ideologia comunista e capitalista imperaram respectivamente nas duas regiões.
Esse racha ideológico criou dois governos distintos nas duas coreias e, como isso, uma guerra entre os dois países começou. O objetivo era dominar toda a península, entretanto nenhuma das nações, mesmo com apoio de duas superpotências (URSS e EUA), conseguiu obter êxito na campanha militar. Com o fim do conflito, nenhum acordo de paz foi assinado, o que levou uma tensão enorme à região e que se mantém até os dias atuais.
A guerra entre os dois países não foi retomada, mas o programa nuclear norte-coreano e os testes de lançamento de mísseis em águas sul-coreanas e japonesas sempre deixou a região em estado de alerta. Sem falar na fronteira entre as coreias que é fortemente guardada por soldados e tanques de guerra.
A economia norte-coreana é debilitada devido ao modelo comunista econômico que não vem apresentando bons resultados nas últimas décadas e a industrialização foi feita através de um enorme esforço nacional que matou 2 milhões de pessoas. Enquanto isso, os líderes do governo como Kim Jong-il vivem no luxo, consumindo os melhores vinhos franceses e assistindo a filmes ocidentais.
Com a morte do ditador, seu filho Kim Jong-um irá assumir o governo. Contudo, a sua pouca experiência política fez com que o mundo duvidasse de sua competência e de como ele vai administrar uma nação que possui um dos mais fortes exércitos do planeta.
As potências ocidentais têm medo de que, devido a pouca experiência do novo ditador, pessoas do próprio partido possuam derrubá-lo, o que aumentaria a instabilidade na região.
A diplomacia e a inteligência dos EUA e da Coréia do Sul estão trabalhando ativamente para que qualquer ameaça vinda do norte possa ser evitada. Contudo, esses dois serviços deixaram muito a desejara, pois a morte de Kim Jong-il só foi anunciada dois dias depois de seu falecimento. Ou seja, se os norte-coreanos tivessem lançado um míssil em Seul (capital sul-coreano) os governos ocidentais só saberiam disso, depois que a bomba atingisse o solo.
O governo chinês, aliado histórico do regime da Coréia do Norte, disse que apoiará o novo ditador. Mesmo assim, o apoio da China não acaba com a grande dúvida que paira no ar.
Portanto, o mundo aguarda novas notícias da península mais badalada da Ásia, enquanto alguns já afirmam que o futuro dessa pequena potência nuclear mudará para melhor e outros preveem uma grande catástrofe política e militar.