domingo, 11 de julho de 2010

Belo Monte de problemas

O Brasil é considerado um país em desenvolvimento e está ganhando espaço no cenário mundial devido ao seu crescimento econômico. O governo afirma que, para mantermos esse ritmo, ou até ultrapassá-lo, o país precisará de mais energia para alimentar o setor industrial e civil.


Foi daí que surgiu a idéia de construir a Usina Elétrica de Belo Monte, que data dos tempos da ditadura militar. Se a obra sair do papel, a hidrelétrica, que será erguida às margens do Rio Xingu, vai gerar aproximadamente 11.000 MW de energia, em períodos de cheia. Essa energia, considerada por alguns estudiosos incompatível com o tamanho da usina (acredita-se que será a segunda maior do mundo), será dividida entre indústrias produtoras de alumínio para exportação e a população do Norte do país. Mas será que realmente precisamos dessa energia, e se precisamos, pra quê ela vai servir?


O governo não consultou a população local, que sofre há anos com a falta de saneamento básico e com as constantes enchentes geradas pelo Rio Xingu. Agindo dessa maneira, o governo viola, não só a constituição vigente, mas algumas leis da ONU. Além do impacto social, a fauna e a flora também serão afetadas, já que a quantidade de terra removida será da ordem de grandeza do Canal do Panamá e espécies poderão ser extintas.


Mesmo assim, insistem no projeto, afirmando que tudo isso acontecerá em prol do desenvolvimento nacional e que, dessa forma, as indústrias poderão produzir mais e, consequentemente, mais lucro será gerado. Contudo, nos dias atuais, crescer com base na exportação de matéria prima é a mesma coisa que crescer exportando banana, na época colonial. Pois, no século XXI, o que realmente gera lucro é a exportação de produtos da tecnologia da informação.


Se o país precisa de mais energia, por que não investir em outras fontes, como a eólica ou a solar. É evidente que será caro, mas não irá remover ninguém de sua moradia e não destruirá espécies e plantas, que precisam ser preservadas, pois vivemos em uma época onde preservar é uma lei mundial.


É engraçado, pois países desenvolvidos, como a Suíça, já fazem carros e até mesmo aviões movidos a energia solar, enquanto o Brasil só investe em fontes de energia da “era colonial”.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Nacionalismo verde e amarelo


Ano de Copa do Mundo. O patriotismo brasileiro está no ápice. Bandeiras verde e amarela estão voando pelas ruas, casas e estabelecimentos comerciais. As pessoas saem do trabalho mais cedo, o Galvão Bueno vira manchete dos jornais, amigos marcam churrasco... Enfim, é uma grande comemoração e demonstração de amor à pátria!

Mas é engraçado, esse “orgulho de ser brasileiro” só é lembrado em épocas de Olimpíadas e de Copa do Mundo. Estranho, não? Já que, no dia da nossa Independência e no dia da Consciência Negra nenhum festejo dessa dimensão é feito.

Em outros países da América, como os Estados Unidos e o Canadá, o nacionalismo é lembrado todo dia. Bandeiras dessas nações estão espalhadas por todos os lados, em dias comuns e em dias de festa. O hino nacional é cantando, pelo menos, uma vez na semana nas escolas. Sem falar na questão militar, pois quando um jovem é enviado para guerra, este sente orgulho de si, já que estará fazendo algo em prol da sua nação.

E no Brasil? Nossos avôs cantavam o hino nacional na escola, os alunos tinham que saber detalhes da história do país, geralmente, um mapa nacional era preso no mural das salas de aula. Entretanto, agora, a grande parte da população não sabe sequer a primeira parte do hino, ou qual é o maior rio do país, ou até mesmo quando a Ditadura Militar terminou.

Há pouco tempo, foi promulgada uma lei que é obrigatória a entoação do hino nacional, pelo menos uma vez na semana, nas escolas. Devo dizer que o lugar onde estudo não segue a constituição vigente, pois não seguimos essa lei.

O Brasileiro pode não saber inúmeras coisas sobre o lugar onde nasceu, mas sabe quantas vezes o Flamengo foi campeão, quantos gols o Zico marcou em toda a sua carreira, em quantos times o Ronaldo jogou, qual é o melhor jogador do mundo e até mesmo quanto ele ganha em Euros.

Está na hora de mudarmos a nossa concepção sobre isso, pois se não, sempre seremos lembrados como “O País do Futebol” e não como Brasil.