quinta-feira, 7 de julho de 2011

PNBL


Está oficialmente lançado o Programa Nacional de Banda Larga! Internet para todas as regiões, inclusão digital. Esse é um dos grandes passos para uma grande explosão de interatividade pro povo brasileiro. Não.

Como só pouco mais da metade dos municípios brasileiros são cobertos pelo serviço de banda larga, o PNBL visa oferecer conexão de internet a preços populares em locais onde ela não existe. No anúncio do plano, as expectativas eram de disponibilizar o serviço para quase 40 milhões de domicílios até 2014 e com uma previsão de custo de R$15 para o plano de tivesse algum tipo de incentivo fiscal e R$35 para o comum. Até agora tudo bem, mas vamos aos problemas...

Não serei ignorante a ponto de dizer que a idéia do programa é ruim, ao contrário, a idéia é boa: levar internet a todos os cantos do Brasil. Porém a prática não é recíproca.

O primeiro erro está justamente nas 100 primeiras cidades que receberão o programa, entre essas cidades, estão: Vila Velha (ES), Itapemirim (ES), Uberaba (MG), Angra dos Reis (RJ), Nova Iguaçú (RJ), São Gonçalo (RJ), Duque de Caxias (RJ) e Guarulhos (SP). Essas cidades, como espero que boa parte dos leitores saibam, já têm uma estrutura “bacana” de serviço de banda larga, o PNBL é quase inútil.

O segundo problema é o limite de tráfego, mas antes deixe eu explicar o que é esse limite. Limite de tráfego é a franquia de dados que você trafegar por mês, um exemplo: Um programa de 15MB que você baixa é descontado desse limite. Essa taxa é comum de existir, num pacote de 1MB da NET Virtua por exemplo, tem uma franquia de 20GB por mês, e é aí que o PNBL erra. A franquia de dados é de APENAS 300MB. Para vocês terem uma noção, um episódio de Game of Thrones pesa cerca de 500MB.

Muitos devem estar pensando: “Mas 300MB é o suficiente, as pessoas não vão baixar mais do que isso, só irão usar para pesquisas na internet.”. Bom, o pacote de dados do meu celular é de 500MB. Outros pacotes que nós podemos comparar é o TIM Infity Web, pacote de internet em que a franquia de dados também é de 300MB e só paga R$0,50 por dia que usar e o NET Vírtua Internet Popular, que custa R$29,80 e tem uma franquia de consumo de 10GB (lembrando que o PNBL custará R$35).

Além das cidades e do limite de tráfego, o governo errou mais uma vez depois de abrir mão das metas de qualidade de serviço. Isso facilita a negligencia não só por parte das empresas prestadoras de serviço como também por parte do governo.

O programa é caro e ineficiente, e como não terá nenhuma fiscalização rígida na qualidade, muitos não adotarão e aderirão ao pacote da TIM, por exemplo, e apesar de ter tudo para não vingar por ser cara e não ter nenhuma garantia de qualidade, torço para que o PNBL dê certo, já que a inclusão digital é um passo importante para o desenvolvimento do país.

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