segunda-feira, 13 de junho de 2011

Belo Monte de Problemas II – Duas Vezes Maior

Semana passada, primeiro dia do mês de Junho, o IBAMA deu sinal verde para que a usina hidrelétrica de Belo Monte começasse a ser construída. Segundo o órgão, o grupo de empresas Norte Energia, que será responsável pela construção da usina, cumpriu todas as 40 condições necessárias para que a obra saísse do papel.

O projeto em questão faz parte do programa energético desenvolvido pelo governo, que visa transformar o norte do Brasil em uma grande turbina, movido por aproximadamente 61 usinas, cuja energia produzida beneficiará não apenas os estados do norte e nordeste, mas de todo o país. (Falo mais sobre esse projeto no texto O dilema verde do Brasil)

Entretanto, esse grande plano causará inúmeros impactos ambientas nas regiões citadas anteriormente e a lista é grande. Pessoas irão ficar desabrigadas, animais e plantas morrerão e até mesmo a correnteza dos rios poderá mudar. As empresas que bancarão as obras terão de cuidar de todos esses problemas, contudo é evidente que a grande maioria não será resolvida.

Por conseguinte, Belo Monte é apenas uma pequena parte desse grande plano. O governo alega que, com o rápido crescimento nacional, mais energia terá que ser usada. Os grupos verdes afirmam que outras fontes de energia alternativa podem ser usadas para reduzir os impactos. Então, voltamos à mesma dúvida cruel: como crescer sem causar tantos impactos?

Creio que, como eu sempre digo, a resposta para esta questão é a tecnologia. O grande problema é que os investimentos nessa área, no Brasil, são ainda muito baixos se comparados a países europeus e até mesmo aos integrantes dos BRICS. China e Índia são exemplos de que nações em desenvolvimento podem ser gigantes no campo em questão. Se a produção energética fosse aliada ao desenvolvimento tecnológico, grandes obras como usinas hidrelétricas não precisariam sequer sair do papel.

Enquanto o governo brasileiro pensar com uma mente do século XIX, seu principal objetivo (o desenvolvimento) jamais será alcançado, pois estaremos sempre presos a uma ideologia completamente arcaica e, quando ela não se aplicar aos padrões internacionais, o custo vai ser alto. Assim como aconteceu na época do ciclo da cana, do ouro, do café...

2 comentários:

  1. Como dito no final do texto, é uma repercussão centenária já. Já era hora do governo começar a aprender a tomar decisões olhando para o futuro. "A pré-sal vai acelerar o nosso crescimento." Grande merda. Se fosse "O aproveitamento da matéria escura, em quantidades quase infinitas espalhados pelo universo vai acelerar o nosso crescimento" aí sim.

    Exagerando um pouco para dar ênfase ao meu ponto de vista.

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  2. Que bom que existem pessoas que pensam a longo prazo!

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