sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O Dilema Verde do Brasil

Dando continuidade ao projeto energético do PAC-2, o governo de Dilma Rousseff planeja desmatar 5,3 mil quilômetros quadrados de floresta do país, o que, segundo dados do jornal “O Globo”, equivale à área dos 19 municípios da região do Grande Rio. O trabalho será realizado para instalar 61 usinas no Brasil.

Logo é evidente que haverá desmatamento, já que a obra será realizada na área denominada Amazônia Legal, que compreende 9 estados da federação. Se a obra for concluída, o governo irá jogar mais 42 mil megawatts no sistema de energia. Contudo, nenhuma avaliação sobre os impactos diretos e indiretos foi feita.

Além das novas usinas, a área em questão será cortada por 2.615 quilômetros de estrada de ferro e por 1.601 quilômetros de rodovias. Segundo ecologistas, isso não será bom devido ao efeito “espinha de peixe”, onde pessoas passam a morar ao longo dessas estradas. Dessa forma elas aumentam o desmatamento no local.

Pode parecer um tanto cômico já que se ambientalistas, como o Greenpeace e o James Cameron já lutavam contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, terão agora um grande trabalho pela frente.

Estes grupos afirmam que existem várias saídas para compensar a construção das usinas. Alguns dizem que uma manutenção no sistema energético poderia ser feita, outros dizem que a energia não é distribuída corretamente, pois o Sudeste, devido ao seu desenvolvimento, fica com a maior porcentagem de megawatts. E se fosse necessário construir algo, a energia eólica daria conta do recado, segundo os “grupos verdes”.

O governo diz que essas propostas são ineficientes, ou caras demais. Além disso, essas obras, ainda segundo o governo, contribuirão para o crescimento do Brasil, pois com o rápido desenvolvimento, a demanda energética também cresce. Sem falar nas estradas de que os estados do Norte carecem.

Então, o caso possui duas faces. Creio que para crescer é necessário fazer alguns sacrifícios, entretanto, estamos em uma era em que preservar é uma lei. Nosso planeta não pode perder seu maior pulmão, contudo ele está “atrapalhando” o crescimento nacional.

É um duro dilema, ainda mais para um país que registra altas taxas de crescimento ao ano e foi considerada a nação mais limpa do mundo, na última reunião do clima. Por conseguinte é evidente que o Brasil seja um ótimo aluno em “Ser Verde” e em Crescimento Socioeconômico.

Os impactos terão que ocorrer de qualquer forma, mas eles podem ser suavizados com o uso de novas tecnologias. Entretanto, como eu sempre digo em meus textos, no Brasil, os investimentos em tecnologia são baixos, se comparado ao dos países desenvolvidos. O país, repetindo mais uma vez, deve parar de basear sua economia em petróleo (um dos combustíveis que mais poluem o planeta) para passar a se apoiar na alta tecnologia, que pouco danifica o meio ambiente. Além do mais, nós temos dinheiro e mão de obra para produzi-la.

Talvez, investir em tecnologia seja a saída para o grande dilema que estamos enfrentando atualmente.

3 comentários:

  1. Bom texto... acho q, na minha opinião foi um dos seus melhores... Concordo que esse desmatamento não seria interessante, mas assim como disse é complicado crescer sem produzir energia... E como mostrado no trabalho q meu grupo fez pra Rosalina, todas as formas de produção tem problemas: eólica traz surdez aos pássaros migratórios etc etc etc... Mas concordo quanto ao petróleo... não adianta achar q o pré-sal vai salvar o Brasil, pq ja temos muitos carros elétricos circulando e, na minha opinão, sem pesquisa nem nada, esse é o futuro...

    Continue escrevendo.

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  2. Obrigado, João.

    Ainda espero um texto seu....

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  3. não sabia que energia eólica provocava surdez nos pássaros migratórios....
    O tx. está bom Mateus.

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