Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Europa estava completamente destruída e uma grande parcela da população havia morrido. Esses homens e mulheres, em sua maioria os homens, trabalhavam e faziam com que seus países crescessem.
Entretanto, com uma grande parte dos trabalhadores mortos, como o continente iria se levantar? Só os investimentos norte-americanos não dariam conta do trabalho braçal, que os europeus que sobraram se recusavam a fazer, devido à baixa remuneração.
Então, a resposta para a pergunta acima era bem simples: imigrantes. Muitos vieram da América Latina e ajudaram um dos continentes mais antigos do mundo se “reerguer das cinzas”. Contudo, com o trabalho concluído em meados dos anos 1960, já não era mais necessário o uso desse tipo de mão de obra. Com isso, os governos passaram a adotar inúmeras medidas para conter a crescente entrada de imigrantes no continente.
Mesmo assim, muitos trabalhadores qualificados e desqualificados, passaram a “fugir” de seus países para conseguir emprego no continente em questão. Com o tempo, um grande número de grandes engenheiros, cientistas e etc. saíram de suas nações em busca de uma melhor remuneração. Esse movimento de emigração de mão de obra qualificada é chamado de “Fuga de Cérebros”.
O movimento era comum até o dia em que a Crise 2008-2009 bateu à porta dos países desenvolvidos. As inúmeras medidas para cortar gastos, adotadas pelos governos europeus, deram um golpe, não só nos imigrantes, mas nos trabalhadores que são realmente parte do continente. Como conseqüência disso, ocorreu o movimento de “Volta pra Casa”, onde os imigrantes passaram a regressar aos seus países de origem.
Para os europeus, a situação só complicava, já que ninguém conseguia sair da crise e os cortes já estavam se tornando uma grande pedra no sapato. Então, como nos países em desenvolvimento a crise havia sido uma “Marolinha” e estes empregam mão de obra qualificada, os “gringos” tiveram que se tornar os imigrantes. Portugueses, espanhóis, italianos estão indo para a América Latina, África, EUA e Canadá em busca de empregos. A tarefa não está sendo tão dura, devido às qualificações desses jovens homens e mulheres.
Segundo a revista “The Scientist”, o fato em questão preocupa o Euroscience, órgão que integra aproximadamente 2 mil cientistas da Europa, e a CE (Comissão Européia). Contudo, mesmo os esforços dessas e de outras instituições, o secretário geral da Fundação de Ciência Européia disse: “Os esforços da CE são admiráveis, mas a responsabilidade maior está com os Estados membros".
Em entrevista à “Folha Online”, o inglês Karl Gensberg, que trabalhava como pesquisador em biologia molecular, na Universidade de Birmingham (Inglaterra), deixou o emprego para se tornar encanador, com o objetivo de ganhar até o dobro do que recebia em seu antigo emprego. Outros casos semelhantes ao de Karl estão acontecendo no continente, desde o início do século XXI e a situação se agravou ainda mais com a crise econômica.
Por conseguinte, é bom pensar antes de arrumar as malas para procurar emprego na Europa, pois se nem mesmo os próprios cidadãos de lá estão conseguindo, a ponto de terem que emigrar para nações em desenvolvimento, é bem provável que um imigrante latino, mesmo possuindo qualificação, não consiga alguma boa oferta de trabalho.
Cada dia escrevendo melhor, pesquisando mais e resultando num excelente analise do momento atual
ResponderExcluirem relação ao mercado de trabalho.
Um bom exemplo do fenômeno que você citou no texto ocorreu há pouco tempo em Resende, interior do estado do RJ. Com a vinda para a região das empresas francesas Peugeot e Michelan, que trouxeram seu staff e técnicos especializados, um grande colégio abriu turmas específicas para os filhos destes funcionários (foram denominadas "turmas dos franceses"). Não acredito que estes profissionais teriam vindo com suas famílias para o Brasil se não fossem realmente impelidos pela dificuldade de encontrar bons empregos na Europa.
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