
Hoje estava vendo o “caso do bebê Jaspion”. Um caso curioso até. Um pai, fã do conhecido personagem de ficção Jaspion, apostou com sua esposa que caso ele conseguisse 1 milhão de “curtir” em sua página no facebook, ela daria esse nome ao bebê. Isso mesmo, o nome do bebê seria Jaspion, mas esse não é o foco desse artigo.
Neste fim de semana rolou na web um blog que continha vídeos com cenas de pedofilia. Eram homens transando com crianças e no vídeo você via o desespero, o grito de cada uma. Imediatamente começou uma corrente nas redes sociais (principalmente no twitter) denunciando o blog e na segunda ele já tinha sido tirado do ar.
Talvez para apimentar as coisas, a Dep. Myrian Rios fez uma declaração polêmica em que iguala os homossexuais à pedófilos. Alguns minutos depois e pronto, lá estava a nossa deputada sendo uns dos assuntos mais comentados na internet brasileira.
Depois que a união homoafetiva passou a ser reconhecida pelo STF, os ataques à comunidade LGBT aumentaram. Através de blogs, perfis no twitter e outros canais, pastores, políticos e pessoas influentes na mídia começaram a difamar os envolvidos. O kit contra a homofobia (mais conhecido como kit gay), uma iniciativa do ministério da educação para conscientizar os adolescentes sobre o preconceito, foi um dos grandes alvos.
A oposição do governo começou a bombardear a internet com notícias como: “O kit transformará as crianças de 8 anos em homossexuais”, "Homossexualismo não constitui família" e "Os homossexuais não permeiam espécie". Lendo absurdos como esses, a população brasileira se pôs contra a divulgação do kit e o governo cedeu. Mais um escândalo que teve proporções aumentadas graças à internet. Falando em governo, são muitos os casos que tomam conta da internet.
Aqui no Brasil, após uma matéria do jornal “Folha de S.Paulo” revelar que o então Ministro-chefe da Casa Civil Antonio Palocci teve um aumento patrimonial de 20 vezes em quatro anos, uma mobilização para que ele saísse do cargo tomou conta de sites e redes sociais. Quase um mês depois, o ministro renunciou. Casos como esse são comuns, recentemente um deputado dos EUA teve que renunciar após ter fotos eróticas postadas em seu perfil no twitter.
Não satisfeitos com os casos verídicos, muitos boatos são soltos, principalmente os de morte. Já mataram Hebe Camargo, Fausto Silva, Charlie Sheen, Lima Duarte, Silvio Santos e outros. Essa semana, quem “morreu” foi Amin Khader, mas o caso dele foi um pouco diferente. Jornais, portais de notícia e até a Rede Record de televisão (emissora a qual ele trabalha) noticiaram sua morte enquanto ele estava correndo pela orla da Barra da Tijuca. Casos como esse só provam que o jornalismo brasileiro é antiprofissional a ponto de noticiar a morte de alguém sem ao menos averiguar.
A rede internacional de computadores é uma ferramenta muito boa, mas também serve como um "aumentador" de polêmicas, tudo o que é solto na rede pode ser aumentado "n" vezes. Falsas mortes, escândalos sexuais, palavras preconceituosas. A internet é um lugar onde tudo o que você posta traz conseqüências, tanto boas quanto ruins, e isso ficará gravado para sempre. Nós damos audiência a tudo isso, não somos as vítimas, somos os culpados.