domingo, 18 de setembro de 2011

Os Onzes de setembro



- Entre os dias 6 e 9 de agosto de 1945, o Japão, depois de ter 67 cidades bombardeadas, teve as cidades de Hiroshima e Nagasaki atingidas por bombas atômicas.

- 20 de março de 2003: O Iraque é bombardeado por horas. Por mais que existam controvérsias sobre os motivos da guerra, inocentes morreram ( e morrem até hoje pelas consequências da guerra).

- 11 de setembro de 1973: Morre o presidente Salvador Allende, do Chile, durante um bombardeio ao Palácio de la Moneda, gerando um golpe militar, o que causou a ditadura de Pinochet. Muitos morreram durante a época pós - golpe, durante a ditadura.
- 11 de setembro de 2001: Após quatro aviões terem sido tomados pelo Al-Qaeda durante paradas em suas rotas, um caiu no Pentágono; outro, em uma área rural após os passageiros tentarem retomar o controle. Os dois últimos, no World Trade Center, as torres gêmeas.

Domingo, dia 11 de setembro de 2011, 10 anos do ataque às torres gêmeas, em Nova Iorque, Estados Unidos. A televisão brasileira, assim como todos os jornais, já preparavam desde o início do mês algumas prévias sobre a reportagem que viria a acontecer no fatídico dia dos atentados. Mostraram de tudo, desde como tudo aconteceu antes e durante os ataques, até diferentes perspectivas sobre o acontecido.

Nada mais digno do que relembrar essa lástima que se passou durante um dia normal de trabalho, escola, faculdade ou até passeio na agitada cidade americana. Todas as pessoas foram homenageadas, inclusive dois brasileiros que morreram no atentado principal. Toda aquela espiritualidade das homenagens sendo calorosamente demonstrada, nada que não emocionasse, mas... Será?


Não se lembram anos e anos das bombas de Hiroshima e Nagasaki, ou da guerra do Iraque, que até hoje causa sequelas. Quem irá lembrar o ataque do Chile? Do início da ditadura no Brasil? Quem irá fazer uma semana de reportagens, cheia de prévias, espiritualidade e motivações para a paz no mundo? No máximo fazem uma reportagem só.

Mas agora, porque se dá mais valor a uma coisa do que a outra? Simplesmente não dá para entender de fato. Estaria mídia brasileira sendo pelega do governo americano? Ou é somente pelo fato de o que é do solo estadunidense dá mais capital do que outras coisas que, aparentemente não tem importância econômica? Ou é empolgação dos produtores que gerou uma boa idéia, que fez surgir pequenos cifrões nos olhos dos ‘grandões’ da TV e jornais?

Simplesmente não dá para saber, mesmo parando para pensar, analisar e especular de acordo com a história da TV brazucona; até porque se formos fazendo teorias de conspiração aqui isso vira um blog de mistérios, e não um blog informativo, né rapaziada do bem ;D
Fazer o que.

Agora, vamos ver por outra perspectiva, uma mais real.
Se formos ver por um outro lado, iremos perceber o seguinte: Pra que, Deus meu, alguém vai fazer isso com tanta coisa acontecendo no mundo?

Quer homenagear? Homenageia, cara! Foi horrível? Muito, demais!

Mas não se deve tratar como a coisa mais importante que existe.
Ouvi dizer muitas vezes que foi “o maior atentado terrorista da história”.
Sério?

No Japão, 67 cidades foram bombardeadas, e, durante 3 dias, sofreu um terror absurdo: No dia 6 de agosto, a bomba atômica denominada “Little Boy” caiu na cidade de Hiroshima... Três dias depois, no dia 9, a bomba também atômica “Fat Man” foi lançada sobre a cidade de Nagasaki, causando mortes, deformações, e radioatividade em altos níveis, que causa sequelas até hoje, por conta de deformações serem hereditárias. Imagina só!

No Iraque, Bagdá foi quase completamente bombardeada, deixando muitas mortes. Além disso, muitos inocentes foram presos, torturados e mortos, mulheres foram estupradas... Crianças foram desnudadas e ridicularizadas na frente de muitos soldados. E alguns ainda botaram vídeos na internet. Imagina de novo.

No Chile, enquanto todo mundo tinha a esperança de um governo democrático, Salvador Allende foi morto, iniciando o maior terror que o país já teve: Pinochet. Nem preciso falar como uma ditadura é.

Ainda tem mais, só que eu escolhi esses três exemplos pra vocês darem uma olhada só.

Agora, a parte mais importante desse texto:
Pessoal querido do meu coração, prestem atenção. Não estou sendo antiestadunidense, estou simplesmente fazendo uma crítica construtiva a nossa mídia. O que eu estou querendo dizer, é:

Todo atentado, deve ser tratado como igual ;D

Se pessoas morreram, se feriram (física e psicologicamente), sofreram consequências quaisqueres que sejam, isso é indiscutível. Vamos homenagear a tudo e todos, como iguais! Não estou dizendo aqui que o terror americano foi pior ou mais ameno do que o chileno, ou japonês, iraquiano, armênio, chinês, qualquer um. Estou falando que se é ruim, é ruim e acabou.


Vamos pensar um pouco sobre o que vem até a gente pela TV e jornais, nem sempre é algo super confiável. A mídia pode ter boas intenções em algumas vezes, mas em outras, o que prevalece é o
interesse.Um abraço!

2 comentários:

  1. Claro que tem que ser tratado como o dia mais importante.. É A DATA DO MEU ANIVERSÁRIO , cara ! HAHAHAHAHHA

    Boa matéria. É um saco saber que ano que vem, quando chegar o dia 11 de setembro, todos os veículos de comunicação vão estar falando sobre a mesma coisa.

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  2. Um bom texto, mas acho que a frase mais retumbante "Todo atentado, deve ser tratado como igual" poderia vir sem a carinha feliz.

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