
Ninguém acorda e pensa: “Hoje vou escrever sobre a vida e várias pessoas irão ler e se identificar comigo.” A vontade de escrever caminha junto com o desejo de colocar alguma coisa para fora. Seja um sentimento, uma idéia ou opinião, que já está tão grande dentro de você e que já não cabem mais. A partir desse momento, vem a brilhante idéia de pôr no papel o assunto sobre o qual está escrevendo. Assim, ele deixa de ser exclusivamente seu e passa a ser do mundo.
O bacana de escrever é que nós pensamos uma coisa, escrevemos outra e quem lê absorve uma terceira, baseada em suas próprias experiências.
Quem escreve tem a intenção de mostrar algo, mostrar para todos, para algum amigo especial, para os familiares, e até para si mesmo. No ultimo caso, é como se já soubéssemos, mas só nos damos conta quando conseguimos visualizar tal sentimento, opinião ou idéia ali, na nossa frente. Talvez por medo, talvez por não querer aceitar, ou por necessidade de acreditar apenas no que é real e palpável.
Nós humanos, e na maioria das vezes nós adolescentes, temos a mania de achar que tudo na vida só acontece com a gente. Principalmente as situações chatas e os acontecimentos desagradáveis. Quantas vezes você não pensou: “Essas coisas só acontecem comigo!”?
Então vem a parte mais legal de escrever: Quando dividimos com o papel e a caneta a fase ruim que passamos, ou estamos passando, tiramos um peso enorme de dentro da gente. E, além disso, mesmo sem querer, ajudamos muitas pessoas que lêem os tais ‘textos tristes’. Agora você deve estar pensando: “Ajudam como? Deixando a pessoa pior ainda? Que maluquice!”. Caro leitor, você só está vendo o lado ruim de dividir nossas melancolias.
Quando você percebe que não é o único a passar por problemas, que existem outras pessoas, mesmo que seja apenas UMA você volta a ver uma luz no fim do túnel. E muito mais que isso, quando você percebe que o autor superou e deu a volta por cima, ao final do texto suas energias estão renovadas. Sua vontade de seguir em frente está viva novamente e dessa vez será muito maior.
Então aqui vai uma dica: nunca deixe de escrever. Por mais que sua intenção seja que ninguém leia, às vezes ter como “ouvintes” um papel e uma caneta já está de bom tamanho para aliviar uma dor ou uma tristeza que parece que vai durar uma eternidade. E não se pode esquecer que, sem querer, você ajuda muitas pessoas, que podem vir a ajudar outras pessoas!
O bom texto não é aquele que a gente pode ler, mas sim aquele que pode ler a gente.
Por Alice T.
Adorei escrever as primeiras 60 páginas do meu livro. Vou adorar escrever as próximas, apesar de meus bloqueios momentâneos. o/
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