terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Revolução no Mundo Árabe

O mundo árabe está passando por um intenso processo de mudanças radicais. Essa onda revolucionária, liderada pelos jovens (a maioria dos revoltosos possui menos de 30 anos) já chama a atenção dos governos de Israel e dos Estados Unidos.

Os revolucionários exigem melhores condições de vida, já que o desemprego, a baixa remuneração, a inflação e os inúmeros abusos contra a liberdade dominam a região há décadas. Tunísia, Egito, Argélia, Jordânia e Iêmen, nações onde as revoltas foram palco, são governados por ditadores, ou até mesmo por monarquias (caso da Jordânia).

Como esses regimes, que possuem pelo menos uma década de duração, usam constantemente a força militar para repreender a população, controlam a liberdade de expressão, fechando jornais, emissoras de televisão, e monitorando as redes sociais e outros recursos da Internet, esses jovens, que nunca viram um outro tipo de governo passaram a não aceitar mais as ordens ditatoriais de seus governantes?

As ordens e medidas adotadas pelos ditadores para conter os protestos não foram aceitas pela população. O toque de recolher, adotado pelos presidentes da Tunísia e do Egito, não impediu que uma nova onda de protestos, onde carros foram incendiados, tomasse conta dos principais centros urbanos desses países.

A onda começou na pequena Tunísia, que possui o 81º maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo e renda per capita de aproximadamente 9 mil dólares. Dominada pelo governo autoritário de Zine El Abidine Bem Ali, a ex-colônia francesa foi o primeiro país a obter êxito na revolução árabe, pois o atual governante acabou “sumindo do mapa”.

Com isso, a onda árabe inundou o Egito, onde o governo de Hosni Mubarak está há quase 30 anos no poder. Com os inúmeros protestos na capital egípcia, Mubarak foi obrigado a mudar todos os seus ministros. Entretanto, depois desse anúncio que foi feito pela tv, os manifestantes diziam “Queremos ele (Mubarak) fora!”.

A polícia juntou-se à população em algumas partes das cidades, onde os protestos tiveram palco e os bombeiros, depois da tomada de um dos prédios do Partido Nacional Democrático (PND) pelos revoltosos, no Cairo, não apareceram para controlar o incêndio que estes provocaram.

O êxito das revoltas anima o mundo árabe que acredita entrar em uma era de mudanças, contudo Israel e Estados Unidos já começam a se preocupar e acompanhar de perto a situação. Para os americanos, a saída de Mubarak pode ser ruim. Durante seus 30 anos de governo, o egípcio criou fortes laços com a Casa Branca.

O Canal de Suez, situado no norte do Egito, é usado pelos americanos e por outras nações para transportar petróleo do Golfo Pérsico para o Ocidente. Sem falar que, atendendo às solicitações dos norte-americanos, o atual governo egípcio lutou contra grupos extremistas no país. Outra conquista do governo de Mubarak pode estar ameaçada, segundo o presidente de Israel, já que o ditador conseguiu acabar com as hostilidades entre as duas nações.

Contudo, a paz e os lucros foram alcançados em detrimento do bem-estar da população árabe, o que, de certa forma, tornou-se o selo do governo dos Estados Unidos. Logo, parece que o mundo árabe terá que lutar contra dois inimigos: o atual governo e alguns países do mundo desenvolvido, liderados pelo viciado em petróleo Tio Sam.

Entretanto, o velho Tio Sam e seus aliados já não possuem tanto poder e fôlego para controlar revoluções. Além do mais, o G-7 já possui dívidas e problemas muito maiores.

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