
Meu programa favorito é ir ao cinema, mas de uns tempos para cá vem ficando cada vez mais difícil prestar atenção no filme. O cinema tornou-se um ponto de encontro, não mais um lugar para onde se vai apreciar arte, e o público que faz das poltronas do fundo a sala sua praça de alimentação vem piorando na mesma intensidade.
Não há nada de mais em reunir-se com seus amigos para ir ao cinema, eu preciso ser extremamente detalhista por aqui, como já constatado, eu só estou reclamando com você se for a sua turma aquela que fica falando alto, balançando as cadeiras da fila da frente, fazendo comentários supostamente engraçados sobre o filme (você realmente acha que alguém acha aquilo legal?), entre outra série de coisinhas que tiram a paciência de qualquer um. Então, se você já levou bronca na hora do filme de alguém um pouco mais velho sentado próximo a você, bem feito, eu estou com ele.
Todo problema tem uma origem. O grupo, normalmente de adolescentes, que vai ao cinema para azucrinar os outros, não é mal-comportado apenas em salas escuras, é o mesmo tipo de pessoa que atrapalha suas aulas na escola, que dá trabalho para os seus pais, é o mesmo playboyzinho que se mete em roubada, enfim, gente que acha que é legal, mas – justiça – não vai fazer porra nenhuma de produtivo até quebrar a cara aos vinte e cinco anos, quando papai e mamãe resolverem parar de passar a mão na cabeça dele e cortar a mesada.
O problema original aqui é a falta de educação, seja lá de onde ela for proveniente, e com ela, vem a falta de respeito. Eu tenho vergonha de pertencer à minha geração e digo isso a quem perguntar sem o menor problema. A massa é vazia, desrespeitosa, sem projeção alguma de futuro e que vive a ilusão da filosofia de vida barata e idiota de programa sensacionalista da tarde que incrivelmente virou dogma, quase um mantra, de que se deve viver o hoje, sem pensar no amanhã. Se o seu ponto de vista é de que amanhã você pode estar morto, você vai morrer pensando assim, e eu adianto a causa, fome.
A coisa é tão preocupante que eu sou obrigado a reduzir os meus pensamentos, os meus textos, pela metade – o que é a causa de muitas das más interpretações que são feitas sobre eles – simplesmente porque um adolescente, que em teoria, está formando seu caráter, está apontando o que será na vida, não consegue ler um textinho de duas páginas se não for sobre vampiros. Isso é sério, isso é muito sério, e eu tenho certeza de que esse cara do cinema, quem realmente deveria estar lendo isso aqui, nem abriu o blog, porque ele está ocupado vendo a página de esporte.
*Menção a Rodrigo Carvalho que sugeriu o tema e me lembrou de um detalhe:
ResponderExcluirSala de cinema não é motel, gente. Se você é menor de idade, não pode ir para um, vá para casa, vá para praia, se vira, mas eu não sou obrigado a ouvir o que voce está fazendo. Obrigado.
Demais!
ResponderExcluirUm simples, porém bem dado, puxão de orelha na nossa geração.
Rir extremamente alto entra nessa? HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHA O pior é que essa é a mais pura verdade.
ResponderExcluirConta sim, Roger ^^ Conta muito por sinal kkk'
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