quarta-feira, 13 de abril de 2011

Gigantes, iPads, jatos e porquinhos

A delegação brasileira, comandada pela presidente Dilma Rousseff, teve ótimos resultados na visita à China. Acordos econômicos e diplomáticos importantes, principalmente para o Brasil, foram assinados, mostrando a força e importância global dessas duas potências emergentes.

As relações comerciais entre o nosso país e o gigante asiático são bastante desiguais, já que vendemos commodities (principalmente minério de ferro para alimentar as grandes indústrias chinesas) para eles, enquanto a China exporta pra cá produtos manufaturados, a preços baixíssimos. Isso se deve ao fato de nosso parque industrial ser muito mais atrasado, logo menos competitivo, que o chinês. Assim, exportamos poucos manufaturados para lá.

Alguns dizem que o objetivo de Dilma nesta visita é deixar essa relação com um dos nossos maiores “parceiros” econômicos mais justa. Contudo, só isso não adianta. É necessário que se faça uma grande modernização na indústria brasileira. Mesmo assim, a delegação não voltará de mãos vazias.

Os chineses compraram jatos da Embraer e autorizaram empresas brasileiras a exportar carne suína para o país, além disso, eles exigem que o Brasil reconheça a China como economia de mercado. Para o lado brasileiro, os ganhos foram um tanto mais interessantes. A Foxconn, empresa que fabrica componentes para a Apple, investirá 12 bilhões de dólares no país, com a construção de um grande complexo fabril. Nele, serão produzidos displays eletrônicos para aparelhos em geral.

Outra boa notícia dada pela Foxconn (e que animará os Apple fans) foi que Steve Jobs autorizou a taiwanesa a produzir iPads em solo nacional, o que diminuirá o preço do produto aqui. Contudo, não se sabe onde os famosos produtos serão fabricados, pois a empresa de Jobs irá negociar com os estados brasileiros. O que der mais incentivos vencerá.

Além dos investimentos, Dilma conseguiu apoio do gigante asiático para que o Brasil seja membro efetivo no Conselho de Segurança da ONU. Estes membros têm direito a veto nas decisões do conselho, o que daria ao nosso país uma grande importância no cenário mundial. Com o apoio da China e dos Estados Unidos, parece que a maior nação da América do Sul tem mais chances de conseguir a tão desejada cadeira efetiva.

Ao todo, foram 22 acordos assinados, US$120 milhões em negócios e US$13 bilhões em investimentos, segundo o jornal “O GLOBO” (13-04-11).

A relação comercial entre esses dois gigantes não ficou mais justa, pois, como já foi mencionado, seria necessária uma grande mudança no setor industrial brasileiro para que tivéssemos no mínimo alguma chance para competir com as gigantes indústrias chinesas e sua mão de obra barata. 

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