
“Você viu o que a Claudia fez no cabelo?” “Não sabe o que me contaram.” “Nossa, como ela tá gorda.” “Me disseram que o restaurante dele é uma espelunca.” Eita fofoca boa danada; e para os telespectadores assíduos do TV Fama eu deixo uma dica extremamente valiosa, cuida da tua vida que é muito mais produtivo, criatura.
Que nós somos bichos extremamente fofoqueiros não é difícil perceber, mas se analisarmos um pouco mais profundamente e ampliarmos o nosso conceito de fofoca, vamos ver que é isso que fazemos basicamente o tempo inteiro. Ou estamos falando de alguém, ou estamos olhando para o que alguém está fazendo ou, pior, estamos tomando nossas decisões pautados em opiniões de outras pessoas.
Seres humanos são animais, por natureza, essencialmente gregários, tanto é que mesmo quando sozinhos estamos pensando e/ou dialogando, ainda que conosco. A vida em sociedade depende disso, mas eu me refiro aos excessos. Incomoda-me profundamente estar em um lugar e as pessoas que estão comigo estarem todas torcendo o pescoço para ver o louco palestrando na rua, ou a briga do casal na mesa ao lado ou seja lá o que for que não lhes diga respeito.
Eu entendo e até aprecio a curiosidade, mas será que é realmente difícil deixar as outras pessoas em paz? Falando sobre celebridades, como elas aguentam aqueles paparazzi em cima delas o tempo inteiro para suprir a “necessidade fofocal” de pessoas que não tem nada a ver com elas, que elas nunca chegaram a ver? Aí, quando essa celebridade se estressa, os mesmos mexiriqueiros enchem a boca para falar mal da pessoa que eles mesmos colocaram naquela situação de pressão extrema. É patético.
Meu texto de hoje é um pedido encarecido a todos vocês que vestiram a carapuça, vamos maneirar, pessoal. Ninguém vai deixar de fazer sua fofoca, eu não vou, mas tudo tem limite e tem (muita) gente extrapolando (muito) o aceitável.